Na sexta-feira (05/03), o presidente Carlos Von Doellinger, do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea) enviou por e-mail um ofício aos funcionários do órgão informando que a divulgação de estudos à imprensa passaria por uma “intermediação da assessoria de comunicação” e caso os funcionários não cumpresem tal ordem poderia configurar “ descumprimento de dever ético ou até mesmo infração disciplinar”. Além disso, o ofício-circular dizia que os estudos e pesquisas “são direito patrimonial do Ipea” e que o mesmo determina as formas de divulgação, a interação desses estudos com a imprensa e que a aprovação e a conclusão dos estudos deve seguir os ritos internos do órgão. Para o presidente do sindicato Afipea-Sindical, José Celso Pereira Cardoso Junior, tal medida "é uma espécie de lei da mordaça porque os técnicos não vão poder mais falar com jornalistas senão por intermédio da assessoria de comunicação". Os institutos de pesquisa federais têm sido recorrentemente atacados e censurados, retirando autonomia das entidades e dificultando a publicação de dados que sejam contrários aos interesses do governo. Isso aconteceu com o Instituto Chico Mendes (ICMBio), o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais