Na última quarta-feira (10/03) o Ministério do Meio Ambiente publicou portaria que obriga os pesquisadores do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) a submeter os trabalhos acadêmicos/produções científicas à análise e aprovação prévia de uma diretoria do órgão antes de serem publicados. A portaria dá ao diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade, o tenente-coronel da reserva da PM-SP, Marcos Aurélio Venâncio, a competência de autorizar ou vetar as publicações científicas do órgão. Essa ação se soma a uma série de ataques à participação, transparência e autonomia dos órgãos de meio ambiente do país, como a demissão do renomado cientista Ricardo Galvão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por publicar dados que desagradaram o governo e o desmonte e retirada da sociedade civil de colegiados como o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional da Amazônia Legal. A pasta vem se fechando cada vez mais para vozes dissidentes, acabado com fóruns de participação, fiscalização e controle social e tornado os dados públicos cada vez mais opacos.