Diário 2022: ataques à democracia e o processo eleitoral brasileiro como alvo
Durante 2022, ano do processo eleitoral mais turbulento da história da democracia no Brasil, as ameaças mapeadas pela equipe do Pacto pela Democracia no Diário de Ataques foram quase exclusivamente voltadas para o processo eleitoral, e especialmente, ao funcionamento das urnas eletrônicas e à integridade do processo eleitoral brasileiro.
Desde o primeiro momento, o presidente Jair Bolsonaro (PL), envolveu as Forças Armadas em seu projeto para debilitar a democracia e colocar “em dúvida” as eleições brasileiras, inclusive comandantes saíram em defesa da auditoria privada das urnas.
O chefe do executivo ainda travou uma "guerra", em suas próprias palavras, contra a justiça eleitoral brasileira e a tradição do voto eletrônico, apoiando reiteradamente contagem paralela de votos e a implementação do sistema de voto impresso: para o presidente, a população não deveria votar em parlamentares que defendessem o sistema eletrônico de votação.
No aniversário da ditadura militar brasileira, assim como nos três anos anteriores, Jair Bolsonaro exaltou o regime militar brasileiro e aproveitou a oportunidade para mandar os ministros do STF calarem a boca. Essa, no entanto, não foi a primeira vez durante o ano que os insultos foram direcionados para a corte, que foram chamados por ele de “adolescentes” logo no inicio do ano.
Em abril, a maior afronta contra o Supremo Tribunal Federal por parte do presidente foi materializada com o indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF por crimes contra o Estado Democrático de Direito. De maneira semelhante, e com a finalidade de invalidar decisões da justiça, o ministro Kassio Nunes, indicado pelo presidente, derrubou a decisão do TSE de cassar deputados bolsonaristas que espalharam notícias falsas sobre fraudes nas eleições de 2018.
As graves ameaças, inclusive de uma “tragédia” caso o STF de forma firme contra o descrédito do processo eleitoral, tiveram seu ápice em uma reunião com embaixadores do mundo todo em que o presidente fez acusações contra o sistema eleitoral brasileiro e o funcionamento das urnas eletrônicas, ação que virou notícia na imprensa mundial.
Além das ações por parte do presidente e apoiadores contra a realização de eleições eleições pacíficas, houveram também ataques em outras áreas, promovidos pela reverberação do discurso de violência do presidente e que culminaram no assassinato de Marcelo Arruda em um contexto pré-eleitoral, e dos defensores da Amazônia, Bruno Pereira e Dom Philips, na região do Vale do Javari nas mãos de criminosos ambientais.
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